Dormimos um terço do tempo de nossas vidas e, durante o sono, é difícil perceber que processos patológicos que não causem suficiente desconforto para nos manterem acordados estão ocorrendo com o nosso corpo. Como não se está consciente, não se percebe que estamos doentes, principalmente nos casos da Síndrome da Apnéia do Sono Obstrutiva (SASO), que é uma doença crônica, progressiva, incapacitante e com consequências ameaçadoras sobre o potencial de vida.
A Apnéia caracteriza-se por um colapso das vias aéreas superiores devido ao posicionamento posterior da língua, diminuindo o fluxo aéreo. Apresenta como sinais e sintomas o ronco, a interrupção da respiração de forma intermitente durante o sono, agitação ao dormir, sensação de sufocamento ao despertar, sonolência diurna excessiva, impotência sexual, dores de cabeça e irritabilidade. Na maioria dos casos, o indivíduo percebe algum tipo de comprometimento de sua saúde quando acorda com o ruído do ronco após a respiração ter parado segundos antes.
Alguns tratamentos podem ser indicados para a apnéia que incluem desde a realização de técnicas cirúrgicas , como o uso do CPAP( máscara facial), bem como a realização de procedimentos mais conservadores, como a indicação de aparelhos intrabucais.
O tratamento conservador utilizando aparelhos intrabucais é indicado para pacientes roncadores ou diagnosticados portadores de apnéia suaves e moderadas, pacientes retrognatas (mandíbula pequena), pacientes não muito acima do peso, para pacientes resistentes ao tratamento cirúrgico ou que não aceitam ou não podem custeá-la.
Segundo o Dr. Paulo Nabarro, que atua nesta área há vários anos, e denomina-o de Odontologia do Sono, por ser uma área que ele como cirurgião dentista presta atendimento, os aparelhos devem ser usados durante a noite para modificar o “corredor” da passagem de ar das vias aéreas superiores a fim de eliminar as obstruções. O principal mecanismo de ação dos aparelhos intrabucais é o de avanço do músculo genioglosso e o aumento das vias aéreas superiores. Aumentar o calibre das vias aéreas superiores é possível, porque os músculos da língua se inserem na mandíbula. Assim, com o avanço da mandíbula, a base da língua afasta-se da parede posterior da faringe, permitindo ainda o deslocamento anterior do osso hióide e algum avanço do palato mole. Recupera-se, assim, o calibre das vias aéreas e reduz-se o colapso das mesmas e a resistência à passagem de ar. O aparelho deve ter boa adaptação e retenção em ambos os arcos. Caso contrário, com o relaxamento muscular do próprio sono, o paciente pode abrir a boca e a mandíbula voltar à posição original.
Como vantagens o Dr. Paulo Nabarro acrescenta que os aparelhos são não invasivos, de custo acessível (quando comparados a outras formas de tratamento), efetivos, simples de usar, reversíveis e benéficos para pacientes que correm riscos frente a cirurgias.
As limitações são observadas clinicamente quando há impossibilidade de ancorar o aparelho – devido ao número insuficiente de dentes, próteses extensas ou problema periodontal avançado e pacientes com disfunção aguda de ATM .Quanto a eficácia para o tratamento do ronco primário é de 90 a 100%,para casos de apnéia leve, a eficácia está entre 75 e 85% dos casos e, em casos de apnéia moderada e grave, a eficácia é de 50 a 60%.
Neste aspecto, o tratamento através de dispositivos intra-orais tem se mostrado interessante devido ao baixo custo, facilidade de confecção e conforto ao paciente despertando a importância do cirurgião-dentista como um recurso humano necessário para o tratamento multidisciplinar desta doença . Porém, é importante frisar que a busca por um dentista especialista no assunto é essencial para o êxito do tratamento.
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